PT de olho nos protestantes

Sigla quer distorcer verdades bíblicas para tentar aproximá-las das pautas anticristãs que defende.

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Gazeta do Povo

Se você está acompanhando a nossa série especial sobre a principal estratégia eleitoreira do Partido dos Trabalhadores (PT) para as disputas de outubro próximo, já leu os artigos 'Cristão de esquerda? Entenda a manobra eleitoreira do PT para as próximas disputas' e 'Por que o PT quer reinterpretar a Bíblia?'. Agora, para finalizar, trataremos sobre as origens da tática adotada. Antes disso, porém, é fundamental destacar que Estado laico não é sinônimo de Estado ateu e, portanto, a participação dos cristãos na arena democrática através da exposição de posicionamentos é um direito assegurado.

Pioneirismo do PC do B?

A estratégia esquerdista de criar núcleos evangélicos já havia sido implantada no estado do Maranhão pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B). Liderado pelo deputado federal Márcio Jerry (PCdoB-MA), nas terras maranhenses o projeto busca inflar os chamados "evangélicos progressistas" a não aceitarem ser postos no mesmo rol dos cristãos tradicionais. "Existem evangélicos de visão conservadora, mas existem evangélicos de visão progressista. Não é posição de ser evangélico que faz a pessoa partidária de uma ou outra doutrina econômica ou ideológica", defende Jerry. Ao ser indagado sobre as divergências existentes entre o posicionamento bíblico e as bandeiras da esquerda, ele afirmou que o "comunismo é a doutrina econômica e filosófica baseada nos princípios do cristianismo primitivo: comunhão, comunidade, partilha e amor”.

Não, caro leitor estudioso de Bíblia e política, você não leu errado. O deputado fez essa afirmação esdrúxula e comprovou o que já está bem evidente: a esquerda quer distorcer as verdades bíblicas e assentá-las junto às pautas anticristãs que defende com o intuito de sitiar prefeituras através das urnas nas próximas eleições. Quando cristão, porém, o eleitor só cai no engodo marxista se não estiver alicerçado na principal prerrogativa de uma vida firmada nos preceitos do cristianismo: estudo da Bíblia. Através dela, é possível confirmar que Jesus jamais apoiou ideias familiares ao sistema socialista/comunista.

Causa estranheza que a esquerda tente se aproximar da fé cristã? Sim. Por que? Porque ao longo da história o esquerdismo sempre quis combatê-la. Para o marxismo, os princípios bíblicos são convenções retrógradas e de dominação. Segundo o líder comunista Vladimir Ilyich Ulianov (Lênin), em discurso proferido em 1909, "lutar contra a religião" é o "abc de todo materialismo e, portanto, do marxismo".

A tática não é nova

No Brasil, entre os anos 1950 e 1970, a esquerda utilizou os mesmos mecanismos que tenta empregar atualmente. Se agora a corrida é para capturar votos de evangélicos, na época os alvos foram os católicos. Através da Teologia da Libertação (implantada pelo comunista Leonardo Boff) e da Teologia da Missão Integral, o esquerdismo tentou convencer os fiéis - com o auxílio de parte da liderança do catolicismo - que Jesus era um ativista político e que o Evangelho deveria ser categorizado como um manual para defesa de minorias. Se você não sabe, foi nesse terreno que nasceram o PT e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Escudada com a leviana tentativa de se apresentar como a única detentora da benemerência, a esquerda distorce e descontextualiza falas de Cristo e trechos dos escritos bíblicos. A ideia é mascarar sua predileção pela manutenção de um povo marginalizado, através do qual ela se sustenta. Também lhe interessa manter em efervescência uma suposta luta entre sexos, classes e etnias. Para tanto, o esquerdismo não se exime em usar aqueles que - apesar de se intitularem cristãos - não possuem alicerces fundamentados nos preceitos da Bíblia e sucumbem frente ao engano do discurso marxista. A esses, inclusive, a esquerda política delega adjetivos como "tolerantes", "progressistas". Através deles, partidos como PT e PC do B alinham declarações para atacar conservadores professos do cristianismo.

PT de olho nos protestantes

É notório que em nível nacional o PT emprega esforços para promover uma espécie de ponte com o cenário evangélico. E isso não é à toa. De acordo com o último Censo, realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 22% da população brasileira se declara evangélica. Ao que tudo indica, dez anos depois o percentual é ainda mais expressivo. Dados divulgados pelo Instituto Datafolha, no último dia 13, apontam que o índice chega a 31%. E o PT, claro, não quer perder essa fatia.

A Bíblia não pretende ser um livro moderninho. Ela é a Palavra de Deus e, portanto, não está preocupada em agradar ou desagradar. Não intenta camuflar pontos impopulares ou estimular modismos. Ela é a verdade e, veementemente, condena dois pesos e duas medidas. Então, não é possível ser cristão e esquerdista ao mesmo tempo. Não é possível se declarar seguidor de Cristo e defender bandeiras como aborto, normalização da pedofilia, legalização das drogas e ideologia de gênero, tal como fazem PT, PCdoB, PDT, PPS, PSOL, REDE, SOLIDARIEDADE, PV, PSB.

Leia também:
Cristão de esquerda? Entenda a manobra eleitoreira do PT para as próximas disputas 
Por que o PT quer reinterpretar a Bíblia?