Biden determina que abortos podem ser financiados pelos EUA

  

O decreto foi assinado pelo presidente oito dias após a posse.

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Veja

Apesar de se autodeclarar católico, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden (Democrata), anulou uma série de políticas contrárias ao aborto. A Política da Cidade do México, por exemplo, foi revogada por ele no último dia 28. A lei, que teve origem em 1984 durante o governo do republicano Ronald Reagan, impede o recebimento de verbas públicas por parte de organizações sem fins lucrativos para custeio de serviços abortivos e para campanhas que defendem a prática.

Em 2015, Donald Trump (Republicano) havia assinado aditivo que fortalecia as diretrizes da lei. Conhecido como Protegendo a Vida na Assistência Global de Saúde, o plano é composto por regras que determinam que organizações não governamentais de outras nações que recebem assistência americana na área de saúde devem certificar que não usam doações - ou seus próprios meios pecuniários - para práticas relacionadas ao aborto.

Desde 1973, quando a Suprema Corte tornou o aborto legal nos EUA, era vetado o uso de recursos públicos para fins de promoção à interrupção da vida no ventre. A partir do decreto assinado por Biden, no entanto, fundos federais do país poderão ser enviados a organizações não governamentais, agências e grupos de todo o mundo para execução de procedimentos abortivos.

Para o bispo católico J. Strickland, o atual presidente norte americano deve parar de usar dinheiro público para financiar o aborto ou deixar de se apresentar como católico. “Presidente Biden, por favor, pare de gastar nosso dinheiro de impostos para financiar abortos em todo o mundo. Você afirma ser católico, mas obviamente está ignorando os ensinamentos básicos da fé católica. Por favor, tome a decisão de seguir o ensino católico ou pare de alegar ser católico”, disse em uma publicação na mídia social Twitter.

A Planned Parenthood, organização que administra clínicas que praticam o extermínio de bebês no ventre, comemorou a nova decisão. Responsável por metade dos abortos realizados nos EUA, a entidade foi fundada em 1916 pelas feministas Margaret Sanger, Fania Mindell e Ethel Bryne. Por ano, a empresa realiza mais de 320 mil abortos, o que resulta em uma receita anual combinada de US$ 1,3 bilhão de dólares, o que equivale a mais de R$ 7 bilhões de reais.

Imagens: Trecho do filme 40 Dias - O Milagre da Vida / Edição: Thaiane Firmino