ENEM 2020: Onde está a língua portuguesa?
Ideologização das provas confirma que o atual certame para acesso às universidades públicas brasileiras continua inferior aos vestibulares tradicionais.
EDUCAÇÃO
Por Thaiane Firmino
Criado pelo ministro da Educação Paulo Renato Souza, em 1998, portanto, durante o governo do socialista Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o ENEM tinha por objetivo avaliar a qualidade da educação no país e analisar a estrutura dos ensinos fundamental e médio. A partir de 1999, pouco mais de 90 instituições passaram a considerar o Exame como uma modalidade alternativa de acesso ao ensino superior no Brasil. Naquela ocasião, o certame era composto por 63 questões e, apesar do nível ínfimo, era possível observar que tratava sobre assuntos relacionados às disciplinas elementares.
A ideia de transformar o ENEM na principal porta de entrada para as universidades públicas no Brasil veio à tona uma década mais tarde, através do ministro da Educação Fernando Haddad, durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Para tanto, a partir de 2009 o processo seletivo passou a aderir a agenda da esquerda; trouxe à tona a estratégia da educação controlada através do viés ideológico; e escancarou a lógica doutrinária ao extirpar discordâncias e boicotar pensamentos independentes.
O ENEM, portanto, é a materialização da ação ideológica na educação, a qual se exprime, sobretudo, por meio da adoção de um formato que viabiliza a escola com partido. Tal formato nada mais é do que a consequência de sucessivos governos apátridas que direcionaram o Estado à interferir nas relações orgânicas. É imprescindível pontuar ainda que o Exame é o segundo maior processo seletivo unificado do mundo, perdendo apenas para o Gão Kão - exame de admissão para o ensino superior na China. E você sabe como funciona o Estado chinês, não é?
Vestibular era outro nível de processo seletivo. Nas provas era possível perceber a valorização da regionalização, das peculiaridades do local onde a universidade pleiteada estava situada. Vestibular significava uma escolha profissional direta e deixava explícita a disposição do estudante em concorrer a uma vaga para fazer o tão almejado curso que lhe garantiria o diploma na área objetivada. O ENEM é uma espécie de “roleta russa”. O estudante faz a prova e, na maioria esmagadora dos casos, pouco se importa com a profissão que deseja, opta mesmo por aquela que sua pontuação lhe permite conquistar.
No Exame Nacional do Ensino Médio 2020 - cujas provas ocorreram nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 - língua portuguesa, literatura clássica e gramática não passaram nem por perto das questões. Os enunciados, não por acaso, estavam recheados de feminismo, ideologia de gênero, apologia ao governo comunista chinês, entre outras aberrações. Apesar de não ser obrigatória a utilização do ENEM e do Sistema de Seleção Unificada (SISU) por parte das universidades no Brasil, poucas resistem realizando os vestibulares tradicionais. Quem perde são os estudantes dedicados e que prezam pela honestidade intelectual.
ENEM 2020: Onde está a língua portuguesa?
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segunda-feira, janeiro 25, 2021
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