Vacina chinesa volta a ser testada no Brasil
Testes haviam sido suspensos em decorrência do registro de morte de um voluntário.
TECNOLOGIA
Por Thaiane Firmino
| Foto: Agência Brasil |
Desenvolvida pelo Instituto Butantan - órgão ligado ao governo de São Paulo - em parceria com a empresa chinesa Sinovac, a CoronaVac volta a ser testada no Brasil. Os testes haviam sido suspensos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última segunda-feira (9), em decorrência da morte de um voluntário. Nesta quarta-feira (11), porém, estudos clínicos da vacina foram retomados.
De acordo com o diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, a testagem foi suspensa em razão do Comitê Internacional Independente que supervisiona a pesquisa não ter se posicionado sobre a morte. “Tomamos então uma decisão técnica de suspender a vacinação de novos voluntários até que a dúvida sobre o ocorrido fosse esclarecida”, afirmou. No entanto, após avaliar os novos dados apresentados pelo Butantan, a agência permitiu a retomada da vacinação e, por meio de nota, informou que segue acompanhando a investigação do caso para que seja esclarecida a possível relação de causalidade entre a morte e a CoronaVac.
Em entrevista coletiva, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, questionou a paralisação da fase de teste e defendeu que a morte do voluntário não tem qualquer relação com a vacina. De acordo com ele, o indivíduo - que era paciente do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo - teria recebido a dose 25 dias antes do ocorrido. Covas disse ainda que foi enviado à Anvisa relatório sobre o ocorrido. Por se tratar de informação sigilosa, o Butantan não divulgou se o medicamento injetado foi a vacina chinesa ou a preparação neutra (placebo) também utilizada no estudo.
Segundo a diretora responsável pela área de vacinas da agência, Alessandra Soares, apesar da morte do voluntário ter ocorrido no dia 29 de outubro, o Instituto Butantan só comunicou através do sistema no prazo limite para esse tipo de comunicação, dia 6 de novembro. “Nenhum detalhe foi fornecido sobre qual seria o evento adverso grave não previsto. Eu nego, veementemente, que tenhamos recebido um relatório com detalhamento maior", disse. Soares destacou ainda que a Anvisa só tomou conhecimento da informação na última segunda-feira (9), devido a ataque de hackers a diversos sistemas do governo federal na semana passada.
Diante do ocorrido, parlamentares da Comissão Mista do Congresso, responsável por acompanhar medidas relacionadas ao novo coronavírus, aprovaram requerimento de convite para ouvir representantes da Anvisa e do Instituto Butantan.
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quinta-feira, novembro 12, 2020
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