Consulta pública de programa para instituições federais vai até o próximo dia 15

De acordo com o MEC, o Future-se objetiva dar autonomia na gestão das universidades e institutos federais. 

  EDUCAÇÃO  
Por Thaiane Firmino

Foto: O Globo

O Future-se está com consulta pública aberta até as 23h59 do dia 15 de agosto. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), mais de 34 mil pessoas se cadastraram no sistema, que já conta com cerca de 11 mil comentários. O programa de autonomia financeira da educação superior propõe parcerias com Organizações Sociais (OSs) para administração das universidades públicas e cria ranking das instituições com prêmio para as mais eficientes nos gastos.

Lançada em 17 de julho, a proposta intenta que as instituições públicas de ensino superior sejam melhor geridas e contem com financiamento do setor privado. Para aderir ao projeto, as universidades deverão terceirizar serviços de limpeza e manutenção à entidades privadas sem fins lucrativos. Também será necessário firmar parcerias de "naming rights", onde o nome de uma empresa patrocinadora é vinculado a alguma área da universidade. Sustentabilidade nas contas, transparência e redução de despesas também estão entre as determinações.

As universidades não são obrigadas a participar do programa e todas continuarão recebendo recursos do governo, como acontece atualmente. Segundo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, o projeto não prevê privatização das instituições ou cobrança de mensalidades. “É o que tem na mesa. Ou adere ou não adere. A situação das universidades hoje não está boa”, afirmou. Weintraub disse ainda que mais de 20 instituições mostraram interesse em aderir à proposta. "O reitor é eleito, é um ambiente político. Tem manifestação, algumas não pacíficas. Se ele falar que está a fim [de ingressar no programa], talvez seja agredido. Cada um sabe o sapato que está calçando. A gente construiu um modelo para ser utilizado e a receptividade é muito boa", finalizou.

O programa prevê ainda a existência do Fundo Soberano do Conhecimento, que garantirá financiamento para atividades de pesquisa, extensão e desenvolvimento, empreendedorismo e inovação. De direito privado, a administração do fundo será de responsabilidade de uma instituição financeira particular e funcionará sob o regime de cotas. Para esclarecer dúvidas, o MEC publicou em sua página um manual de perguntas e respostas para tratar, exclusivamente, sobre o Future-se.

A União Nacional dos Estudantes (UNE) é contra a proposta. "Para que as nossas reivindicações sejam respeitadas, vamos ter que continuar fazendo pressão nas ruas", disse o presidente da entidade, Iago Montalvão. No entanto, segundo o secretário Executivo do MEC, Antônio Paulo Vogel de Medeiros, em reunião realizada na última quarta-feira (7) o governo solicitou à UNE que faça sugestões detalhadas para o projeto. A agremiação, porém, se recusa a contribuir e divulgou que haverá paralisação das atividades nas universidades na próxima terça-feira (13).