Divulgação do caso Rhuan incomoda defensores da ideologia de gênero e do feminismo
Um ano antes de ser decapitado e esquartejado o garoto teve o pênis decepado e era obrigado a vestir roupas femininas.
POLÍTICA
Por Thaiane Firmino
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Foto: Época |
Duas mulheres mataram e esquartejaram um menino de nove anos em Samambaia (DF). Uma delas, a cabeleireira Rosana Auri da Silva Cândido (29), é mãe de Rhuan Maycon da Silva Castro, que foi morto no último dia 31. A outra, Kacyla Priscila Santiago Damasceno Pessoa (28), é parceira da genitora da criança e filiada - sob registro de número 5805582496 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) - ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), uma das siglas que apoiam a ideologia de gênero e o feminismo no Congresso Nacional. De acordo com a Polícia Civil, além de vítima de maus tratos, isolamento familiar e abandono, um ano antes de ser assassinado Rhuan teve o pênis decepado pela mãe. Ré confessa, ela disse em depoimento que obrigava o filho a vestir roupas de menina desde que mutilou o órgão genital do garoto. Conforme o relato, após emascular o pequeno a assassina costurou a região tentando imitar o formato da genitália feminina.
De acordo com laudo divulgado na última terça-feira (11) pelo Instituto Médico Legal (IML), o menino foi decapitado ainda com vida. O documento diz que Rhuan levou 12 facadas da mãe, sendo uma no peito, enquanto dormia, e as demais na posição de joelhos. “A forma de execução da criança foi cruel. A companheira preparava a churrasqueira para queimar as partes do corpo do garoto, logo depois de segurar a criança para a mãe esfaqueá-la. Um martelo foi comprado para triturar os ossos da vítima”, contou o delegado da 26ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal (26ª DP/DF), Guilherme Melo. Através de exames cadavéricos, o médico legista Christopher Diego Beraldi Martins atestou que Rosana arrancou a pele do rosto e tentou retirar os olhos do garoto para tornar o corpo ainda mais irreconhecível.
Além de Rhuan, a filha de Kacyla também morava com a dupla. De acordo com as investigações, a menina de oito anos foi ensinada a ter medo da figura masculina e precisará passar por tratamento psicológico. Após a prisão das homicidas, a garota está sob a guarda do Conselho Tutelar. Segundo o delegado Melo, as assassinas não deixavam as crianças frequentarem à escola há cerca de dois anos. Em depoimento ao chefe da Seção de Investigação de Crimes Violentos da 26ª DP/DF, Carlos André, as homicidas alegaram que as barbáries foram cometidas por “vingança contra o pai e avós da criança”. Motivos religiosos também foram apontados por elas. Presas na ala feminina do Complexo Penitenciário da Papuda, as mulheres responderão por homicídio qualificado, tortura, ocultação de cadáver, lesão corporal gravíssima e fraude processual – já que tentaram limpar o local onde a criança foi morta. As penas podem chegar a 57 anos de prisão para cada uma. O inquérito segue para o Ministério Público.
O contexto e as famílias paternas
As mulheres fugiram de Rio Branco (AC) com os filhos em 2015, após Rosana se separar do marido e perder a guarda de Rhuan na Justiça. A partir daí, a dupla e as crianças passaram a residir por pouco tempo em várias cidades do Brasil. “A gente tinha muita dificuldade de encontrá-las porque sempre ficavam dois ou três meses em um lugar diferente”, conta a advogada Octávia Moreira, que foi contratada pelo avô de Rhuan, Francisco das Chagas de Castro (63), e pelo pai da filha de Kacyla, Rodrigo Oliveira (29).
O objetivo das famílias paternas era garantir o retorno das crianças à capital acriana. “Como o pai da menina tinha a pensão descontada em folha, começamos a rastrear os saques", explicou a advogada, ao lembrar que em 2017 seus clientes foram à Anápolis portando decisão judicial a ser cumprida pela comarca da cidade. “Quando o mandado foi autorizado a gente procurou ajuda do Conselho Tutelar e da Polícia Civil de Goiás, mas ninguém nos ajudou. Aí, elas mudaram de lugar”, desabafou o pai da menina.
Para a advogada, a mãe de Rhuan não entregava o menino para evitar que a polícia soubesse sobre a rotina de sofrimento a que ele era submetido. “Agora, entendo por que ela não queria entregar a criança. Rhuan estava mutilado, sem o pênis. Fico imaginando o sofrimento dele, sem remédio, sem médico, com problemas para urinar”, lamentou. Segundo a Polícia Civil, crimes cometidos por Rosana e Kacyla em outros estados também estão sendo apurados.
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Foto: Metrópoles |
O que incomoda na morte do garoto
Treze dias após o assassinato do menino o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou a criminalização da "homofobia". Apesar de legislar não ser função da Corte, por oito votos a três, os ministros do Supremo equipararam-na ao crime de racismo. O risco, porém, está nas bases da decisão. Alicerçada em abstrações, na prática é possível que a deliberação inviabilize toda e qualquer manifestação contrária à ideologia de gênero, principalmente em casos como o de Rhuan, onde os crimes foram cometidos por homossexuais.
A frieza das assassinas ao afirmar que a sequência de atos contra o garoto foi baseada em “revelações divinas” é de um cinismo sem precedentes. A mãe do menino se comparar ao “Deus do Velho Testamento” é uma afronta. Fala asquerosa de quem 30 dias antes de executar o garoto foi à uma igreja evangélica pedir R$ 400 a um pastor e só desistiu de receber o dinheiro após o líder religioso ter condicionado a doação da quantia a uma visita a residência das criminosas. Se antes de lançar ao vento delírios sobre os primeiros livros bíblicos (Gênesis 1. 27-28; Gênesis 9.6; Êxodo 20.13; Levítico 18.22; Provérbios 6.16; entre outros) a mãe de Rhuan os tivesse lido, jamais teria cometido tantas atrocidades. Despudorada, a homicida se revelou ainda mais inescrupulosa ao tentar associar seus crimes à Bíblia.
A covarde atuação das criminosas não se limitou a Rhuan. De acordo com o Conselho Tutelar, as assassinas ensinaram a filha de Kacyla que ela “não poderia confiar em homens, que eles iriam machucá-la”. A faceta feminista usada pelas homicidas contra a menina é tão grave quanto os machucados que ela possui no pescoço e na cabeça. Indefesa, a garota foi vítima da desconstrução da feminilidade e refém da tentativa de subversão entre os sexos. "Chegamos atrasados neste caso. Mas há uma sobrevivente. O Ministério dará todo apoio a menina que foi resgatada", declarou a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.
Agora, está claro porque militantes da ideologia de gênero e do movimento feminista não tomaram as mídias sociais com hashtags do tipo "#Rhuanvive". Para essa turma, quanto menos o caso do garoto for divulgado, melhor. Afinal, na pauta dessa gente está a tentativa de criminalizar críticas contra ideias que pretendem desconstruir a família e os vínculos existentes em seu seio. Mas, para eterna tristeza desse pessoal, homem e mulher sempre serão seres singulares e que se complementam. A valorização de ambos e o respeito às suas especificidades é fonte de equilíbrio para a sociedade. A negação da diferença sexual é inconsiste e justifica-se, essencialmente, no constructo social, o que a torna ainda mais incoerente.
Independente das escolhas que o indivíduo faça ao longo de sua existência, o sexo é definido biologicamente, podendo ser masculino ou feminino. As adultas, Rosana e Kacyla, optaram por viver de forma antinatural. As crianças, ao que tudo indica, só queriam ser crianças. Rhuan era menino. A filha de Kacyla é menina.
Divulgação do caso Rhuan incomoda defensores da ideologia de gênero e do feminismo
Reviewed by Thaiane Firmino
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sexta-feira, junho 14, 2019
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