Região Sudeste concentra o maior número de eleitores de Dilma

Pesquisa Datafolha aponta números e sugere aos oposicionistas que coloquem estratégias em ação.

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Pragmatismo Político

Moradores da Região Sudeste, mais precisamente das cidades de pequeno porte (com menos de 50 mil habitantes), que possuem entre 25 e 34 anos, com ensino fundamental ou médio e renda familiar de até R$1448. Esse é o perfil do eleitor da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT), segundo mais recente pesquisa Datafolha, realizada nos dias 19 e 20 de fevereiro. Esse eleitorado compreende o segmento mais baixo da estratificação socioeconômica e o mais numeroso da população. É o público angariado durante os dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através da disseminação de programas sociais e medidas de promoção da renda e do consumo.

Do outro lado estão os eleitores da ex-ministra Marina Silva (PSB), maioria com ensino superior (30%), e do senador Aécio Neves (PSDB), maior parte definida como habitantes da Região Sudeste com perfis abastados, segundo o levantamento. Para o candidato Eduardo Campos (PSB), então governador do estado de Pernambuco (PE), predominam moradores de cidades médias da Região Nordeste. Segundo o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, a pesquisa indica o caminho a ser seguido na corrida pela Presidência da República. "É um mapa para saberem o que devem atacar e o que devem proteger", destacou.

Atualmente, a petista aparece com 47% das intenções de voto, o que significaria uma vitória já no primeiro turno. Mas, e os problemas econômicos? A alta inflação parece não preocupar esses eleitores. Os oposicionistas, com razão, podem argumentar que o atual reduto petista representa a parcela menos esclarecida e informada da população, mas isso não será suficiente para vencer a eleição. A insatisfação popular nas grandes cidades, exposta através das manifestações ocorridas no país desde o mês de junho do ano passado, também não está refletida no resultado da pesquisa, já que 41% dos brasileiros considera o atual governo ótimo ou bom.

Vale destacar ainda que os adeptos de Dilma são proporcionalmente menos numerosos no Sudeste e mais presentes no Nordeste. Para os concorrentes dessa disputa, resta a esperança de que o clima de instabilidade política que escapole do controle do governo fique desnudo ao mundo e aos meios de comunicação de massa. Isso, claro, sem financiamento ou incentivo. Afinal, em um país onde as “alegrias” do carnaval e os “gols” da Copa do Mundo dominam o cenário, a eleição, que define o breve futuro da nação, pode ficar para mais tarde. Lamentável!