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Quando se preparava para pouso, avião com Eduardo Campos foi obrigado a arremeter



Aos 49 anos, o político deixa esposa e cinco filhos. O mais novo dos herdeiros tem apenas sete meses de idade.  

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: João Alberto
O candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), viajava para cumprir agenda de campanha no Guarujá (SP). Além de entrevistas em televisões locais, o presidenciável iria participar de uma palestra. A viagem, que teve origem no Rio de Janeiro (RJ), foi interrompida em Santos (SP) com a queda do jato Cessna 560 XLS, de prefixo PR-AFA, por volta das 10 horas da manhã desta quarta-feira (13).

Segundo o site da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), onde consta o nome da AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda como empresa dona do jato, o estado do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) é de arrendamento operacional. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA), documento que comprova as boas condições da aeronave, tem validade até 22 de fevereiro de 2017. Levando-se em conta que nenhum avião pode voar sem esse documento, subentende-se que sua confecção seja criteriosa.

Em relação ao episódio ocorrido, falhas mecânicas poderiam ser levadas em consideração. Mas, especialistas já minimizam essa hipótese, ao destacar a estrutura inovadora da aeronave. “O avião é muito moderno. Por isso, considero improvável o apagamento dos dois motores", destacou o ex chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro da reserva Jorge Kersul Filho. Outra alternativa levantada foi o mau tempo na região. No entanto, a Força Aérea Brasileira (FAB) não acredita que condições meteorológicas tenham causado a queda do jato. “A chuva era moderada e as nuvens estavam a 250 metros de altitude. A chuva, sozinha, não derruba avião”, explicou o comandante Mateus Ghisleni. Em relação à arremetida, que antecedeu o acidente, Ghisleni salienta que "é necessário investigar como se deu a comunicação”.

Os destroços do jato atingiram residências do Boqueirão, bairro onde aconteceu a tragédia. Seis moradores da área foram atingidos. Entre eles, duas crianças, duas mulheres e uma idosa. Todos foram encaminhados para a Santa Casa de Santos. Segundo o hospital, eles passam bem. A mesma sorte não tiveram os sete tripulantes. Todos morreram. Além de Campos, estavam na aeronave o assessor do candidato, Pedro Almeida Valadares Neto (48); o assessor de imprensa, Carlos Augusto Ramos Leal Filho (36); o cinegrafista, Marcelo Lyra; o fotógrafo Alexandre Severo (36); e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha (45) e Marcos Martins (42).

Depois de passar em baixa altura pelo centro da cidade,  de acordo com testemunhas, ainda no ar o avião já anunciava a gravidade da situação. "Parecia uma bola de fogo caindo do céu. Na hora, nem pensei que fosse um avião, achei até que fosse um meteorito. Foi um barulho muito forte e um clarão tão grande que não se conseguia ver mais nada. Quando percebi, o quintal já estava pegando fogo", disse a aposentada Miriam Rodrigues Martinez, de 61 anos, que teve a casa interditada pela Defesa Civil. Diante do lamentável episódio, a sensibilidade do piloto permite reflexão. É sabido que ele desviou a aeronave de um prédio de oito andares e destinou o jato para o local mais aberto que pôde enxergar: um terreno vazio. Experiente, com 15 anos de profissão, Martins poupou a vida de outras dezenas de pessoas.

No Brasil existem 44 unidades do Cessna 560 XLS. Segundo a Anac, o jato ocupado por Eduardo Campos foi fabricado em 2010 e nunca havia registrado incidentes. A Aeronáutica informou que já começou as investigações para apurar os fatores que possam ter contribuído para a queda. A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar o motivo do acidente e enviou seis peritos para Santos, a fim de trabalhar na apuração do caso. A Polícia Civil também irá investigar.

Nove anos antes, em 2005, no mesmo dia (13 de agosto), morreu o avô do presidenciável, Miguel Arrais. Coincidência?! Bom, prefiro aguardar o final das investigações que agora, diga-se de passagem, ocorrerá em sigilo, graças a presidente Dilma Rousseff, que sancionou em maio deste ano a lei que torna secreta as investigações sobre os acidentes aéreos. Lamentável. Por fim, outro questionamento a ser feito é em relação ao controle do tráfego aéreo ter perdido o contato com a aeronave durante a arremetida. Não dá para deixar de salientar também que, conforme especialistas, esse tipo de avião não sofre com condições climáticas desfavoráveis. Então, porque a aterrissagem foi proibida? Vamos esperar que a caixa-preta da aeronave, apesar das limitações impostas pelo governo para esse tipo de investigação, responda a essas perguntas.
Quando se preparava para pouso, avião com Eduardo Campos foi obrigado a arremeter   Quando se preparava para pouso, avião com Eduardo Campos foi obrigado a arremeter Reviewed by Thaiane Firmino on quinta-feira, agosto 14, 2014 Rating: 0

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