O Carnaval de país
Relegar o debate à baixaria é prática recorrente do PT.
POLÍTICA
Por Thaiane Firmino
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Foto: Página do PT |
Trios elétricos, blocos de rua e escolas de samba parecem não ser os únicos a fazer barulho nesse período no Brasil. Enquanto o povo se diverte, a conta de luz sobe sem parar, a inflação já passa dos 7% (inclusive nos circuitos da folia), o país sofre com a ameaça de apagões, falta água e as empresas estão demitindo em massa. Isso sem narrar o traumático cotidiano na hora de abastecer o tanque. O petróleo tem baixa no mundo todo, mas por aqui o preço da gasolina só aumenta.
Pós folia, o brasileiro não vai ter que lidar apenas com a famosa ressaca do dia seguinte. Vai precisar preparar o bolso para enfrentar as altas taxas de juros e trabalhar dobrado para fugir do endividamento. Enquanto isso, o dólar se valoriza. Depois da festança nas ruas, além de acompanhar no noticiário o número de acidentes nas rodovias e a violência nos circuitos da folia, é hora de voltar à realidade e assistir o baile do governo. Desse, o povo não participa, apenas paga a conta.
Os desdobramentos dos escândalos políticos, o aumento nos tributos e as estratégias para frear investigações continuarão em pauta. Novos melindres governamentais também surgirão, na tentativa de confundir o tão alegre folião (ops! povo...) brasileiro. É preciso lembrar que a presidente deve se pronunciar após o carnaval. Hoje, ela está a banhar-se nas águas mornas do litoral baiano, mas os “voluntários” do PT, não. Eles não dão trégua, e as mídias sociais comprovam isso. Além das manobras políticas, o partido continua a fazer politicagem de quinta na internet e demonstra não respeitar ninguém. O discurso do “eu não sabia”, que foi substituído pelo “no meu governo eu investigo para punir”, agora passou a ser ainda mais baixo. Na página do Partido dos Trabalhadores (PT) no Facebook circulam memes e imagens que criticam o anseio de boa parte da população brasileira. Isso não seria um problema, partindo do princípio da liberdade de expressão, no entanto, o questionamento passa a ser imprescindível a partir do momento em que estão incluídas no conteúdo palavras de baixo calão.
Ainda pautados no formato da última campanha eleitoral, os responsáveis por movimentar as mídias sociais petistas optam por relegar o debate à baixaria. “Eu não acreditei quando vi. Sim, isso saiu da página oficial do PT. Ridículo um partido utilizar esse termo chulo e de baixo calão. Isso mostra, de forma clara, o despreparo deles para governar o país. Mostra como eles encaram um procedimento legal e o que eles estão mandando para o povo”, afirmou o bacharel em direito, Alex Cardoso, ao se deparar com uma das postagens. Ele ainda acrescentou: “Fora Dilma”.
Impeachment é o termo que denomina o processo de cassação de mandato do chefe do Poder Executivo pelo Congresso Nacional, pelas Assembleias Estaduais ou pelas Câmaras Municipais. A denúncia válida pode ser por crime comum, crime de responsabilidade, abuso de poder, desrespeito às normas constitucionais ou violação de direitos pétreos, previstos na Constituição. Portanto, é um instrumento legítimo da democracia. Ser contra ou a favor do mesmo, na atual conjuntura do Brasil, é uma decisão que cabe a cada cidadão brasileiro. Mas, ao que parece, será necessário explicar isso ao PT.
Na internet, o cumprimento que o governo faz a quem não concorda com sua postura é vergonhoso, desrespeitoso. Para o PT, o termo pode não causar estranheza, haja visto a postura do partido no comando do país. Mas, para o brasileiro de bem, que paga os (altos) impostos e se dedica, diariamente, às suas labutas, o conteúdo é uma desonra. Resta saber se no pronunciamento dos próximos dias Dilma (PT) utilizará o mesmo “cartaz”. Lamentável!
O Carnaval de país
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terça-feira, fevereiro 17, 2015
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