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Descaso com energia renovável faz Brasil apelar para Argentina



Brasileiros pagam R$ 33 milhões mensais por parque eólico que não produz energia.   

  MEIO AMBIENTE  
Por Thaiane Firmino

Revista BMais

Devido ao forte calor, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) importou da Argentina carga adicional de energia para atender horário de pico no Brasil. A aquisição foi feita um dia após o apagão que deixou no escuro 11 Estados e o Distrito Federal.

De acordo com relatório preliminar emitido pela ONS, na última terça-feira (20) o Brasil utilizou 165 megawatts da energia argentina. A carga foi destinada para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, através de interligação na Estação de Guarabi, na cidade de Garruchos (RS). A importação foi possível devido ao acordo cooperativo, assinado em 1º de janeiro de 2006, entre o ONS e a Companhia Administradora del Mercado Mayorista Eléctrico da Argentina (CAMMESA). Segundo nota divulgada, o intercâmbio de energia nos dois sentidos vem sendo adotado desde a vigência do acordo.

Apesar do caos energético vivenciado pelo Brasil, o diretor-geral da ONS, Hermes Chipp, afirmou que não houve apagão. “O que houve foi um corte preventivo para evitar o desligamento de maiores proporções”, tentou justificar. Já o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, afirmou que o episódio se tratou de uma sequência de desligamentos e não de falta de energia. Até então, a presidente Dilma Rousseff (PT) não se manifestou sobre o assunto.

Com a crise energética, as discussões sobre fontes alternativas de energia voltam à tona. Por serem renováveis, pouco ou não poluentes, e por apresentarem baixos índices de agressão ambiental, elas poderiam subsidiar o país em momentos de necessidade extrema. No território brasileiro mais de 36 parques eólicos – aglomerados que utilizam ventos para produzir energia - estão desconectados da rede central por falta de linhas de transmissão. Entre eles está o parque localizado no sertão da Bahia. Pronto desde julho de 2012, e com capacidade para fornecer energia para uma cidade do tamanho de Brasília, o empreendimento está sem funcionar. O governo federal leiloou a área para empresas eólicas, as quais colocaram as torres e ergueram a subestação. Porém, a conexão entre o empreendimento e o sistema responsável por escoar a energia para o consumidor é de responsabilidade da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF).

Atrasos nos licenciamentos ambiental e de patrimônio histórico estão entre as alegações utilizadas para justificar a morosidade na conclusão do projeto. Vários prazos já foram estabelecidos pela CHESF, mas nenhum foi cumprido. Para o jornalista Diêgo Gomes, a situação é lamentável. "Em 2012 o governo federal, o governo estadual e empresários participaram da inauguração do Parque Eólico da Bahia, em Caetité . Passados dois anos e meio, a população ainda não tem acesso à energia oriunda do investimento. Só há uma justificativa: incompetência e ingerência do governo federal", disse.

Apesar de ainda não gerar energia para acender uma lâmpada, o povo brasileiro já paga mensalmente pelo serviço. Todos os meses são repassados R$ 33 milhões para as empresas que compraram os direitos de produzir energia eólica no local.
Descaso com energia renovável faz Brasil apelar para Argentina Descaso com energia renovável faz Brasil apelar para Argentina Reviewed by Thaiane Firmino on sexta-feira, janeiro 23, 2015 Rating: 0

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