Ano novo e uma presidente "a la" ano velho
O novo ano teve início na última quinta-feira (1º), mas se tratando da política brasileira, a população vai ter que ter estômago para suportar uma presidente “a la” ano velho.
POLÍTICA
Por Thaiane Firmino
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Foto: Exame |
O primeiro dia de 2015 foi marcado por votos de felicidades, promessas para o ano que se segue e fogos de artifício decorando os céus pelo Brasil afora. Praias também foram ambientes marcantes nas fotos postadas em mídias sociais. Infelizmente, não apenas elas. Na tarde de 1º de janeiro Dilma Rousseff (PT) foi empossada para seu segundo mandato consecutivo.
Com uma roupa que deu o que falar, a presidente discursou no Congresso Nacional por mais de 40 minutos. No entanto, mais cansativo do que registrar cada devaneio de Dilma, em forma de promessas que jamais serão cumpridas, foi ter que olhar para a filha dela com um modelito para lá de cafona, numa cor que deixou a coisa ainda mais brega. Postei minha opinião sobre o vestido em uma das minhas mídias sociais e um petista comentou: “Vermelho PT, lindo”. Pude até imaginar o magro-peitoral-estufado do rapaz ao digitar a frase em resposta a minha postagem, e não exitei em responder: “Você pode até simpatizar com a cor, mas precisa concordar comigo que o modelito está brega".
Outro detalhe chato na transmissão foi ter que aturar o tal Calheiros insistindo em se dirigir a Dilma como “presidenta”. Convenhamos, o Brasil já está como está e autoridades políticas ainda promovem aberrações quanto à língua portuguesa. Façam-me o favor! Mas, a maior prova de insanidade tinha que estar inserida no discurso de Rousseff: "[...]extraordinário governo de Lula e que nós continuamos", foi o que ela afirmou, fazendo referência ao seu primeiro mandato. Aqui cabe a seguinte constatação: se o que deu certo no governo de Luis Inácio foi projetado por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, isso significa que FHC foi louvado pela patota petista, mesmo não tendo o nome mencionado. Seriam os tentáculos se alargando de forma que já não se pode esconder as relações entre o socialista intelectual e o socialista sindicalista?
Por falar em falta de menções, a ausência de boas referências foi sentida. Nem a bandeira nacional participou da posse. E aí, será que nesse governo existirá “ordem e progresso”?! Não dá para se iludir! Dilma disse: “prometo cumprir a Constituição”, mas já sabemos que ter palavra não é o seu forte. Ela também havia prometido não mexer no direito dos trabalhadores “nem que a vaca tussa”, mas mexeu. Garantiu que as contas de energia não teriam aumento, e está aí 8,3% a mais nas faturas mensais dos cidadãos. Disse que acabaria com a fome no país, mas em 2014 houve aumento de 3,7% no número de miseráveis no Brasil. E vamos parando por aqui, senão esse parágrafo não terá fim.
Aos olhos da presidente reeleita o país é habitado por Alices e a realidade é uma maravilha. Ela continua com a história de que os royalties do pré-sal vão dar um “up” na educação. Por sinal, “Brasil, pátria educadora” é o lema desse governo (trataremos sobre isso em outro post). Outra aberração presente em seu pronunciamento foi a afirmação de que o Sistema Único de Saúde (SUS) ficou fortalecido com o Programa Mais Médicos. Estrangeiros, em terras brasileiras e que repassam a maior parte de seus ganhos para o governo cubano. Isso é o ideal? E a estrutura dos hospitais e postos de saúde? E o material necessário para que os profissionais executem o trabalho? O problema não são os médicos brasileiros, é a má gestão da saúde pública.
O Brasil vive um escândalo após o outro. O centro do caos é sempre o mesmo: a corrupção. Dilma parece querer se blindar usando a mesma linha de Lula (PT), o tão batido “eu não sabia”, e acrescenta: “nunca a corrupção foi tão investigada”. Opa! Espere aí! A Polícia Federal desbrava o esquema do Petrolão; o Ministério Público faz as perguntas certas e obtém respostas precisas; o juiz federal Sérgio Moro demonstra coragem quanto à realização/manutenção de prisões dos corruptos, e a senhora presidente ostenta essas realizações como se fossem méritos dela. Aqui cabe a pergunta: a chefe do país acredita mesmo que os brasileiros a enxergam como ilesa em todos esses escândalos?
Encastelada no Planalto, a empossada fingi não saber o que se passa pelo Brasil adentro. Isso ficou nítido em seu discurso de início do novo mandato. Sobre liberdade de expressão, não disse nada. Falou, mas não disse. Afirmou que é a favor, mas seu governo continua a cercear a livre opinião. Sobre a própria política, bradou que tem fé naquela que “transforma a vida do povo para melhor”. Por certo, estava se referindo ao assistencialismo que subjuga a população, transformando-a em eleitorado subserviente.
Depois de oito anos sendo governado por um "joão-sem-braço", agora o Brasil inicia o quinto ano de governo da Alice. Mas, há um “Q” positivo em todo esse episódio: Dilma estava, nitidamente, desconfortável. Desfilou para a posse como quem já tem a certeza do impeachment. Que ele venha!
Ano novo e uma presidente "a la" ano velho
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segunda-feira, janeiro 05, 2015
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