Movimento anti-PT é pauta no cenário brasileiro

Após resultado das urnas, manifestações ocorrem nas mídias sociais e nas ruas.    

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Terra

Um grupo de manifestantes segurando cartazes com escritos que defendiam a intervenção militar no Brasil foi o pontapé para uma enxurrada de críticas ao movimento em prol do impeachment de Dilma Rousseff (PT). A manifestação, que aconteceu no último sábado (1º) nas imediações do Museu de Arte de São Paulo (MASP), tem como principal objetivo criticar o Partido dos Trabalhadores (PT) por apoiar ditaduras. Esse anseio, por si só, já desmistifica a aparente relação entre o movimento anti-PT e os adeptos do regime militar.

No próximo dia 15, data em que é comemorada a Proclamação da República, atos já estão confirmados em importantes cidades do país. Um dos fatores que motivam as ações é a reforma política que a presidente e seu partido pretendem realizar. Com 521 propostas, em um modelo semelhante ao da Venezuela, a tal reforma pretende alterar, negativamente, a estrutura do Brasil. Um dos fatores mais intrigantes é o controle da imprensa. A empresa de comunicação que não seguir o plano determinado pelo governo não irá receber financiamento oficial. Considerando o que diz o jurista Ives Gandra Martins, “a imprensa são os pulmões da sociedade” e, portanto, apenas esse item já pode ser identificado como a primeira forma de asfixia da democracia.

A reforma mirabolante ainda prevê que todos os professores deverão ser educados dentro do que eles chamam de Plano Nacional dos Direitos Humanos (PNDH). Vale destacar que todas as crianças receberão uma cartilha para seguir a risca o modelo imposto. Isso mesmo! A coisa está no formato da União Soviética. Em relação a propriedade privada (rural e urbana), caso um invasor tome posse do espaço, o dono não poderá recorrer ao judiciário para requerer a reintegração de posse imediata. Considerou um absurdo? E o que você me diz sobre o controle das forças policiais através de um sistema nacional único?

Esses são apenas alguns itens absurdos contidos na proposta. Caso a reforma política aconteça, a realidade brasileira se resumirá ao poder Executivo, que passará a poder tudo. O Judiciário e o Ministério Público serão relegados à segundo plano. Ao povo, restará opinar entre dois polos (sim ou não), sempre através de plebiscitos e referendos. Dessa forma, o país irá romper com o sistema de democracia representativa para tornar-se uma democracia delegada, bem "a la esquema Hugo Chávez”.