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Ainda dá tempo!



Negar a existência de “direita” e “esquerda” não soluciona a questão política do Brasil.     

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Praça da República

É lamentável perceber que em pleno ano de 2014 temas como fome e saneamento básico ainda são alvos de promessas em campanhas eleitorais no Brasil. É triste evidenciar que o voto ainda é moeda de troca e alimenta campanhas de terror país afora. É deplorável identificar que opiniões não são respeitadas, que os debates se transformaram em circos, tal qual a política nacional. Outra grave problemática são as afirmações infundadas, utilizadas sobretudo nas mídias sociais, para difamar opositores. Além de tudo isso, também é terrível perceber que o Brasil caminha a passos largos para o cerceamento da liberdade de expressão.

Dependendo do resultado no próximo dia 26, a médio prazo poderemos não ter mais a chance de expressar livremente opiniões. Textos como este, por exemplo, poderão ser bloqueados, automaticamente. A liberdade genuína já não pode ser exercida há um bom tempo, mas cerceá-la, definitivamente, pode ser um caminho sem volta. Ou uma volta sem caminho (futuro!), depende do ponto de vista.

Em 23 de maio, no afã da realização de uma copa do mundo no Brasil, algumas medidas foram tomadas na surdina. O Decreto 8.243, por exemplo, foi uma delas. Ali definiu-se a inserção dos movimentos sociais na máquina administrativa e o Legislativo perdeu expressão. Pós copa, a realização do Foro de São Paulo escancarou a vulnerabilidade a que o país está exposto, no que diz respeito a manter sua democracia, já que, por outras vias, são definidos previamente os presidentes das nações sul-americanas.

Sem memória curta, é bom relembrarmos que o populismo de Getúlio Vargas (PTB) e o neoliberalismo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foram aspectos criticadíssimos pela atual gestão do país. Em tempos remotos, quando ainda ocupava os palanques para conversar com os operários, a liderança petista rechaçava políticos conservadores. Mas, o que está acontecendo atualmente? Pousar para fotos com crianças no colo e comer pastel no litoral paulista agora tem outra conotação? Francamente!

O populismo de esquerda continua com críticas às privatizações, no entanto, o que dizer sobre a Petrobras e demais estatais que funcionam para alimentar esquemas bilionários de corrupção? Ah, caro (e)leitor! Não me venha com a justificativa de que os líderes do governo não sabiam dos esquemas. Muito menos justifique dizendo que “nunca na história desse país a corrupção foi tão desmascarada”. Essas justificativas nunca serviram. Agora, servem menos ainda.

Falta leitura. Os brasileiros precisam compreender que estudar sobre política e economia não deve ser praxe apenas de empresários, investidores, analistas financeiros e jornalistas. Ainda hoje me deparei nas mídias sociais com a opinião de um filho de cacauicultor do sul da Bahia – 4º estado a eleger a candidata do PT no 1º turno. Além de ter sido um estímulo à produção deste artigo, a justificativa do voto de Alex Cardoso serve para quebrar mantras esquerdistas. “Porque votar em Aécio? Melhor, porque votar contra Dilma? […] Venho de uma família de cacauicultor e a vitória de Dilma, diferente do que muitos pensam, irá me beneficiar economicamente. Acompanhar o mercado financeiro realmente é algo chato e confuso, mas eu acompanho desde os meus dez anos de idade. Como bons empresários rurais, precisamos estar a par das tendências de mercado e, principalmente, atentos ao preço do dólar, uma vez que quanto mais alto o seu valor, mais caro vendemos o nosso produto. Toda vez que Dilma sobe nas pesquisas o preço da moeda americana sobe a largos passos. Nem mesmo os contratos de venda swap cambial, ou seja, a venda de dólares da reserva brasileira para entrega futura (que atualmente ultrapassa o valor de US$3 bilhões), são suficientes para frear o capital norte americano. E pior, essa desesperada medida de represá-lo a todo custo, leva a desindustrialização e, num futuro próximo, uma forte desvalorização da nossa moeda, já que nossas reservas estão ficando escassas e, segundo a lei básica da oferta e da procura, tudo que tem pouco sobe de preço.[...] Ante o exposto, quem será mais prejudicado é o próprio eleitor de Dilma, que terá seu salário achatado. O setor empresarial e agrícola, no qual eu e minha família estamos inseridos, enriquecerá. Mas, a que custo? A custo do sofrimento do povo brasileiro? Não, minha dignidade e ética não permitem beneficiar-me em detrimento a toda uma sociedade”, escreveu.

Aqui, cabe uma reflexão: no Brasil, em nossos dias, quem ocupa o papel de chefe de estado e se intitula socialista têm exercido o mesmo princípio prático do filho do cacauicultor?

Um pouco sobre o socialismo

Como exemplo de radicalismo que deu certo alguns citam o comunismo do ditador Stalin, na Rússia. Aquele, que extinguiu as propriedades particulares, suprimiu as liberdades individuais, violou os direitos humanos e violentou a consciência dos indivíduos. Está mais do que provado que o comunismo não resolve os conflitos entre o capital e o trabalho, nem promove a igualdade social. Basta olhar para a Rússia. Em outras palavras, o comunismo fracassou!

Para utilizar um exemplo mais próximo - sobretudo mais chegado do atual governo do Brasil – podemos citar Cuba, o país que Dilma (PT) presenteou com a construção do Porto de Mariel. A obra, que é de dar inveja a qualquer porto brasileiro, já está sendo leiloada por Cuba aos EUA e a Rússia. Por lá, o líder socialista Fidel Castro vivia como um rei abastado. Não diferente, seu irmão e sucessor, Raúl Castro, ostenta a mesma posição. No país, o salário fica em torno dos US$ 20 e só em janeiro de 2013 os cubanos adquiriram o direito de fazer viagens ao exterior. É interessante destacar que oposicionistas, profissionais de saúde e atletas, por exemplo, não podem realizar tais viagens. Cuba só autoriza a saída de trabalhadores não qualificados.

Além dessas limitações impostas, o país modelo para os socialistas é mestre em desvios. Produtos como charutos e remédios são desviados para serem vendidos nas ruas e aos vizinhos. Assim, os cubanos desenvolveram a "la doble moral" - para cada situação, uma moral. Por lá, itens da cesta básica distribuída pelo governo são negociados através do mercado ilegal conhecido como “bolsa negra”. A pobreza e a prostituição foram as duas principais mazelas que a revolução prometeu extirpar, mas falhou também nisso. Assim é Cuba, um socialismo que morreu e um capitalismo que ainda não nasceu. Se tivesse dado certo, seria considerado o 'socialismo modelo'. Mas, não deu! E assim segue o país cubano, tateando o modelo do Vietnã e da China, que adotaram o mercado privado sem abandonar a ditadura de partido único.

De qualquer forma, pergunto a patota simpatizante desse estilo ditador de governar: por que ainda não mudaram para lá?!

Retomando ao Brasil

Em termos de crescimento econômico, Dilma foi a terceira pior presidente da história da República Federativa do Brasil. Só perdeu para Floriano Peixoto, que conviveu com duas guerras civis em seu mandato, e para Fernando Collor, que precisou encarar uma inflação supervalorizada. Agora, a atual presidente segue para tentar a reeleição com a menor votação obtida no primeiro turno desde a eleição de 1994. É a nossa chance!

Quem está em dúvida precisa pesquisar sobre os detalhes que permeiam essa disputa política em 2º turno no país. O voto por aqui é obrigatório e, mesmo parecendo contraditório, talvez, por isso, ainda vivamos numa democracia. A dica é não permitir que o grupo que governa atinja seu principal objetivo: se perpetuar no poder e instaurar o retrocesso cubano tão apreciado por eles. Muda Brasil, ainda dá tempo!
Ainda dá tempo! Ainda dá tempo! Reviewed by Thaiane Firmino on quarta-feira, outubro 08, 2014 Rating: 0

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