Ebola já matou quase 900 pessoas na África, diz OMS

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registrados mais de 1.600 casos de Ebola na Nigéria, Guiné, Libéria e Serra Leoa. 

  INTERNACIONAL  
Por Thaiane Firmino

Foto: RT

A epidemia do vírus ebola na África Ocidental foi identificada em fevereiro deste ano nas florestas da Guiné, onde o número de mortos continua a aumentar. No entanto, Libéria e Serra Leoa se tornaram o epicentro do problema. A OMS alerta que se não for controlada, a epidemia trará consequências catastróficas.

Descoberta em 1976, pelo médico Peter Piot, a doença pode ser contraída através do contato com o sangue e outros fluidos do indivíduo contaminado. Febre, vômito, diarreia e hemorragia interna são os principais sintomas. Após 38 anos de identificado, as instruções para prevenir o Ebola são as mesmas: sabão, luvas, isolamento de pacientes, não reutilização de agulhas e quarentena os que tiveram contato com pessoas que estão doentes.

Na ausência de tratamentos específicos e vacinas, mais de 60 novas mortes foram registradas desde 1º de agosto. O pânico nas comunidades locais impulsionou o governo a impor medidas severas, entre elas, o fechamento das escolas. Na última segunda-feira (4), foram enviados 750 militares e assistentes de saúde ao extremo leste de Serra Leoa, com o intuito de impedir a migração da população para áreas não contaminadas.

Até então, entre as vítimas da epidemia está o liberiano Patrick Sawyer, que trabalhava para o Ministério das Finanças de seu país e morreu no último dia 25. O médico que tratou de Sawyer também contraiu a doença e foi enviado para um hospital em Atlanta, no sul dos Estados Unidos. Kent Brantly, de 33 anos, permanece internado em uma sala de isolamento do Hospital Universitário de Emory. Os médicos americanos esperam estabilizar Brantly compensando a perda de fluidos até que o corpo se adapte e seu sistema imunológico consiga combater a doença.

O governo liberiano tem advertido as pessoas que evitem tocar nos mortos ou em qualquer pessoa com sintomas similares aos do Ebola. No entanto, a população, sobretudo do subúrbio, reclama que efetua ligações para a linha direta do Ministério da Saúde e não é atendida. Dessa forma, os corpos permanecem nas casas durante dias, sem previsão de serem enterrados. "Nossa mãe estava vomitando. Faz cinco dias que o corpo dela está na casa. A única forma de chamarmos a atenção do governo é bloquear a estrada", explicou Miatta Myers, que participa de manifestações nas principais avenidas do país.

Instituições financeiras internacionais preparam pacotes de financiamento para os países gravemente atingidos pelo surto. O Banco Mundial também irá anunciar, ainda esta semana, propostas de financiamento para combater a “doença da pobreza”, como é considerado o Ebola, já que está vinculada a sistemas de saúde deficientes.