CPI da Petrobras, mais um caso de desrespeito promovido pelo PT
Farsa organizada para sincronizar depoimentos é mais um escândalo para entrar na história do governo petista.
POLÍTICA
Por Thaiane Firmino
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Foto: Latuff Cartoons |
Será aberta comissão de sindicância para investigar a participação de servidores do Senado na fraude da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a Petrobras. Segundo denúncia publicada pela revista Veja, governo e líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) passaram as perguntas que seriam feitas aos depoentes antes do interrogatório, com o objetivo de combinar as respostas.
Entenda a CPI da Petrobras
A investigação sobre o esquema de lavagem de dinheiro, que teria movimentado R$ 10 bilhões no seio da Petrobras, foi realizada pela Polícia Federal (PF) e resultou na prisão do doleiro Alberto Youssef e do ex- diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. A operação, denominada de Lava Jato, foi realizada em março deste ano e abriu leque para averiguação dos seguintes itens: compra da refinaria de Pasadena, que teria causado à Petrobras perdas superiores a US$ 1 bilhão; suposto superfaturamento envolvendo refinarias da estatal; irregularidades em plataformas; suspeita de que a empresa holandesa SBM Offshore pagou propina a funcionários da Petrobras; e construção do Porto de Suape, em Pernambuco.
Mediante o desenrolar dos fatos, a oposição defendeu a instalação da CPI. No Senado, a Comissão é composta por 13 senadores titulares e sete senadores suplentes. Já a CPI Mista (CPMI) – que reúne representantes do Senado e da Câmara dos Deputados - terá 13 senadores titulares, 13 deputados federais titulares e igual número de suplentes. Nas duas comissões, a presidência ficou com o PMDB e a relatoria com PT — os partidos que possuem as maiores bancadas. As CPIs terão prazo de 180 dias para apresentar o relatório final.
Voltando à fraude da CPI
A estratégia dos governistas e do PT era impedir que as investigações da CPI da Petrobras prosseguissem no Senado. Por isso, foi montado um esquema de treinamento para os depoentes e construído um gabarito em cima das perguntas previamente cedidas aos envolvidos no caso. Os organizadores do escárnio, que aparecem no vídeo divulgado pela revista Veja no último dia 2, são Paulo Argenta, assessor especial da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República; Marcos Rogério de Souza, assessor da liderança do governo no Senado; e Carlos Hetzel, secretário parlamentar do PT na Casa.
Nesta quarta-feira (6), a presidente Dilma Rousseff (PT) ficou irritada ao ser questionada sobre a participação do Planalto na farsa. Com fala difícil de ser compreendida, devido ao notório nervosismo, ela afirmou: “Vou te falar uma coisa. Acho extraordinário. Primeiro porque o Palácio do Planalto não é expert em petróleo e gás. O expert em petróleo e gás é a Petrobras. Eu queria saber se você pode me informar quem elabora perguntas sobre petróleo e gás para a oposição também. Muito obrigada. Não é o Palácio do Planalto nem nenhuma sede de nenhum partido. Quem sabe das perguntas sobre petróleo e gás só tem um lugar. Pergunta só tem um lugar no Brasil. Eu diria vários lugares no Brasil: a Petrobras e todas as empresas de petróleo e gás”, concluiu sem convencer.
A oposição, que está acionando órgãos para investigar as denúncias, alega que os envolvidos promoveram um teatro e cometeram os crimes de obstrução da Justiça, fraude, improbidade por uso de servidores para fins privados, falso testemunho de depoentes, crime de advocacia administrativa e possível violação do sigilo funcional - caso funcionários tenham repassado documentos sigilosos da Comissão para o Poder Executivo.
CPI da Petrobras, mais um caso de desrespeito promovido pelo PT
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quinta-feira, agosto 07, 2014
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