"Adotar é a solução", diz defensor dos animais
Marchas são realizadas pelo país para tentar conscientizar população.
MEIO AMBIENTE
Por Thaiane Firmino
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Foto: Lúcio Seibert |
Não é difícil encontrar animais abandonados em vias públicas. A prática de maus tratos também não é tão incomum como se imagina. Cerca de 30 milhões, quando contados apenas gatos e cães, estão perambulando pelas ruas do Brasil, segundo pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde. Os animais são largados à própria sorte. Além de passarem a conviver, diariamente, com a luta pelo alimento e com os perigos relacionados ao trânsito. A natalidade, também é um problema.
Segundo o Decreto Lei n° 24.645/1934, o Estado é responsável por todos os animais existentes no país. Maltratá-los é considerado crime ambiental, conforme prevê o artigo 32 da Lei nº 9.605. A pena estabelecida é de três meses a um ano de prisão ou pagamento de multa. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da Câmara dos Deputados, aprovou a proposta do projeto da Lei nº 2.833/2011, que visa aumentar o tempo de detenção para até cinco anos. O texto ainda precisa ser votado pelo Plenário. De acordo com o projeto, outros itens poderão ser levados em conta no momento do julgamento. Se houve crueldade na morte do animal, por exemplo, a pena pode ser elevada para até 10 anos.
Nas imediações da Escola Estadual Prof. Herculano de Freitas (EEPHF), no Alto Riviera, sul da capital paulista, o educador físico e defensor dos animais, Lúcio Seibert, encontrou um cão magro, com visíveis problemas de saúde e que comia restos de alimentos dos estudantes. Ao deparar-se com a situação, o profissional acionou o Centro de Zoonoses, mas não teve a solicitação atendida. Então, decidiu iniciar uma campanha nas mídias sociais com o intuito de encontrar um lar para o animal, já que sua residência não comportaria mais um animal adotado. “Enquanto não conseguia alguém para adotá-lo, costumava brincar com ele, acariciá-lo e alimentá-lo”, contou entusiasmado.
Dois dias após a divulgação da foto do animal surgiu um adotante. Mas, segundo o educador físico, o indivíduo resgatou o cão e o abandonou em um dia de chuva e alagamentos no Capão Redondo, sudeste da cidade. O animal conseguiu retornar aos entornos da EEPHF, no entanto, estava ainda mais debilitado. "Por isso, decidi fazer um outro anúncio e, graças a Deus, tive êxito", contou. A personal trainer Kátia Ribeiro informou que estava decidida a adotar o animal e, em parceira com outros funcionários da instituição escolar, Seibert enviou o animal. “Providenciamos um local onde ele pudesse ficar preso. Contratamos um Taxi Dog para que o resgaste pudesse acontecer. Foi uma correria, mais valeu a pena. Hoje, ele está muito bem. Já foi castrado, está bonito e feliz. Sempre recebo fotos dele”, disse com satisfação.
Para Seibert, a adoção é a forma mais eficaz de reparar as atrocidades cometidas contra os animais. “Ao invés de comprar um filhote de raça, adote um animal que esteja sem dono, inclusive, se for sem raça definida”, incentiva. Outro ponto levantado por ele é a utilização de animais, exclusivamente, para reprodução. “Criadouros clandestinos ou regulamentados utilizam matrizes que são mantidas somente para procriação. Esses animais não sabem o que é um carinho e quando não servem mais para dar lucros são descartados de qualquer forma”, desabafou. Quanto ao problema da natalidade, ele sugere o controle através da castração, já que nem sempre os filhotes poderão encontrar um lar para morar.
Por todo o Brasil defensores dos animais estão promovendo mobilizações. A próxima será no dia 20 de julho, às 14h, em Salvador (BA). O participante deverá levar 1kg de ração para cão ou gato. As doações serão encaminhadas à protetores. Segundo a idealizadora do projeto, Jasy Sol, o evento visa chamar atenção da população. “Vamos nos unir e levar para as ruas nosso grito de indignação por todos os maus tratos que sofrem nossos cães e gatos. Faça seus cartazes e chame seus amigos para colaborar”, apelou.
Qualquer pessoa pode denunciar maus-tratos. Basta escrever o que está acontecendo e colocar o título Notícia Crime. A este documento deve-se anexar o endereço do local onde ocorrem os maus tratos, fotos e nomes de testemunhas. A denúncia deve ser encaminhada ao Ministério Público. O denunciante poderá acompanhar o andamento da denúncia através do número de protocolo. Se o animal correr risco de morte eminente, a atitude deve ser ligar para a Polícia Militar (190) ou Bombeiros 193).
"Adotar é a solução", diz defensor dos animais
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quinta-feira, julho 03, 2014
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