Cenário político do Brasil é vergonhoso

A corrupção institucionalizada está escancarada.

  POLÍTICA  
Por Thaiane Firmino

Foto: Carta Potiguar

O Mensalão foi um ataque aos cofres de empresas ligadas ao Banco do Brasil. O Petrolão provou ser um esquema político audacioso montado pelo governo para a obtenção de recursos ilegais destinados a financiar campanhas eleitorais de candidatos do Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, foi mecanismo para comprar a fidelidade de parlamentares da base de apoio e de diretores da Petrobras. A Operação Lava Jato está descortinando um rombo que os brasileiros sequer ousam imaginar o tamanho e, ainda assim, articuladores políticos do governo tentam maquiar a realidade política do país.

Muitos dos responsáveis pela reeleição de Dilma Rousseff já assumem arrependimento nas mídias sociais. Outros preferem proferir asneiras. “Quem quer que vencesse as eleições teria que tomar essas medidas para fazer a correção na economia”, disparou nesta manhã uma dona de casa, que não quis ser identificada. Mãe de cinco filhos, sendo quatro deles beneficiados pelo Programa Bolsa Família, a senhora aguardava na fila o horário de abertura de uma das agências da Caixa Econômica Federal, na capital baiana.

De toda sorte, o conteúdo da desculpa utilizada por indivíduos como essa senhora também reconhecessem a ingerência petista. Afinal, uma coisa só pode ser “corrigida”, como sugeriu a mulher, se estiver errada. Nesse aspecto ela acertou. O Brasil está um caos. E a culpa é do PT. Infelizmente, os demais brasileiros não estão isentos de pagar pela (má)escolha da (pseudo)maioria – afinal, as abstenções decidiram a eleição. Energia mais cara, gasolina com valor abusivo, retorno de impostos que haviam sido extintos, inflação altíssima, são os resultados da politicagem barata que foi vendida aos eleitores subservientes durante a campanha.

Quando somados à corrupção e a ilusão de que as classes baixas poderiam ascender milagrosamente, o resultado é um país desmoralizado. Através de campanha sórdida, o governo incitou o ódio entre regiões, promoveu baixarias, fez terrorismo eleitoral, ocupou a internet com inverdades compartilhadas através de perfis financiados com dinheiro do povo e ainda foi capaz de incentivar o consumo. Resultado? Multidões de inadimplentes e endividados que em breve poderão estar desempregados.

As vãs promessas feitas pela presidente em período eleitoral caíram por terra já nos primeiros trinta dias do novo mandato. Mas não foi apenas isso que marcou a primeira temporada de 2015. Apagões, políticos presos, demissões suspeitas, queda no valor das ações da Petrobras e milhares de redações com nota zero no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), são itens que compõem o roteiro dilmista. Talvez, ela não esteja nem aí, mas os brasileiros deveriam estar. Como afirmou Lya Luft, “posso tomar banho frio e enxergar à luz de velas, mas preciso de uma cabeça instruída para decidir a minha vida e a de meu país”.

A corrupção institucionalizada está escancarada. É óbvio que o país já entende quem são os mentores de tudo. Para a penalização dos corruptos no âmbito jurídico os brasileiros dependem de perfis como o do juiz Sérgio Moro. Mas, e nas ruas?! Bom, nas ruas o povo precisa apenas dizer o que quer: “Impeachment já” (que seja em coro!).