Corpos dos mortos na queda do avião da Malaysia Airlines foram retirados dos escombros

A aeronave caiu na última quinta-feira (17) em área controlada pelos separatistas apoiados pela Rússia, no leste da Ucrânia.

  INTERNACIONAL  
Por Thaiane Firmino

Foto: Tribuna Hoje

O vôo MH17 fazia a rota entre Amsterdã e Kuala Lumpur quando a aeronave caiu próximo a vila Grabovo. A região concentrou vários episódios de confrontos entre a Ucrânia e os separatistas pró-Rússia nos dias que antecederam a queda do avião. O país acusa os rebeldes de praticarem ato terrorista. Já os separatistas garantem que a aeronave foi atingida por um jato da força aérea ucraniana. O episódio agravou ainda mais a crise entre os dois lados e a própria Rússia.

A Ucrânia defende que os rebeldes destruíram evidências de crime internacional no local da queda da aeronave e condena a limitação de acesso para realização de investigações. Segundo o presidente dos Estados Unidos da América(EUA), Barack Obama, “há indícios de que o avião foi derrubado por separatistas apoiados pela Rússia”. Ele acrescentou também que a ajuda dada por Moscou aos rebeldes inclui armamentos antiaéreos. O governo Russo manifestou perplexidade diante das conclusões do país norte americano. Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia demonstrou insatisfação ao identificar “representantes oficiais de outros países apressarem-se em fornecer suas versões da catástrofe”. Para os russos, o julgamento prévio poderá influenciar no andamento do processo.

Com tantas controvérsias, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou na sexta-feira (18) um comunicado onde solicita uma "investigação internacional independente e completa". Cem passageiros do vôo da Malaysia Airlines eram pesquisadores e especialistas que iriam participar de uma conferência internacional sobre a Aids, em Melbourne, na Austrália. Um deles era Joep Lange (59), que trabalhou desde 1983 no Centro Médico Universitário de Amsterdã, presidiu entre 2002 e 2004 a Sociedade Internacional sobre a Aids, foi jornalista da BBC e demonstrava muito interesse por questões de saúde pública. O pesquisador viajava com a esposa e deixou cinco filhos.

Das 298 pessoas que estavam a bordo, 80 eram crianças. Dos corpos encontrados, 169 serão analisados por especialistas internacionais para que sejam desvendados detalhes do ocorrido. O país com o maior número de vítimas foi a Holanda, com 192 mortos.