José Dirceu poderá deixar cadeia para trabalhar

Prevendo a decisão, Joaquim Barbosa aproveitou o dia para preparar discurso de despedida que será lido na próxima terça-feira (1º).

  POLÍTICA  

Por Thaiane Firmino

Foto: Cristiano Lima

O Supremo Tribunal Federal (STF) acatou, na última quarta-feira (25), recurso favorável ao ex-ministro José Dirceu (PT). Agora, o petista, que cumpre pena por ter sido condenado no processo do mensalão, poderá deixar a cadeia para trabalhar. O presidente da Corte e ex-relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, optou por não comparecer à sessão, pois já imaginava que o desfecho seria contrário às suas decisões.

A necessidade de cumprimento de um ano da pena para concessão de autorização para trabalhar fora da prisão foi o primeiro argumento derrubado pelo Supremo. Apenas o ministro Celso de Mello votou a favor do principal ponto defendido por Barbosa. Os outros nove ministros entenderam que a jurisprudência adotada em 1999 pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que permite o trabalho externo desde o primeiro dia da prisão, é que deve ser priorizada no Brasil.

Na sequência, outro argumento de Barbosa foi rechaçado. O STF entendeu que não há problemas no fato de o emprego oferecido por José Gerardo Grossi à Dirceu ser uma ação entre amigos. A sessão foi recheada de debates e precisou ser encerrada. Por esse motivo, o plenário determinou que Luís Roberto Barroso, atual relator do mensalão, decida sozinho quanto aos recursos em que condenados à regime semiaberto solicitam autorização para o trabalho externo.

Em linhas gerais, com a saída de Barbosa, os mensaleiros condenados passam a ter o espaço que pretendiam. Nas palavras do médico cardiologista Milton Pires: “No Brasil, se você é um vagabundo livre, entra para política. Se é um político preso, sai para o trabalho”.